Instituto de Humanidades e Saúde – IHS Campus UFF de Rio das Ostras RJ

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Roda de Conversa Resistência da Comunidade Quilombola Botafogo

UFF Rio das Ostras promoveu no dia 6 de junho de 2023
roda de conversa:
“Resistência da Comunidade Quilombola Botafogo”

A disciplina de Perspectivas sócioantropológicas em saúde
do Curso de Graduação em Enfermagem da UFF Rio das Ostras,
coordenada pela professora Hayda Alves, recebeu no dia 06 de junho,
lideranças da Comunidade Quilombola Botafogo
que fica localizada entre os municípios de Cabo Frio e São Pedro da Aldeia (RJ)
para uma roda de conversa intitulada “Resistência da Comunidade Quilombola Botafogo”.

Entre os convidados estava o senhor João dos Santos,
um Griô que partilhou a memória de formação e luta da comunidade,
que é certificada pela fundação Palmares desde 2004.

A atividade contou com a organização de sua neta, Sara dos Santos,
estudante do Curso de Graduação em Enfermagem da UFF-Rio das Ostras.
Participaram Claudete dos Santos ( filha de Sr. João)
e Mirinho do banjo que destacaram a importância da educação,
da cultura e da escuta dos mais velhos para a identidade quilombola
como estratégia de fortalecimento da luta por direitos.

O evento contou com a participação de Rafaela Quilombola,
que é uma liderança jovem da Comunidade e também Diretora da Juventude
junto a Associação Estadual das Comunidades Quilombolas
do Estado do Rio de Janeiro (ACQUILERJ).

Rafaela destacou a necessidade de superação do racismo estrutural
que dificulta o ingresso, além de limitar a permanência
e a vivência da juventude quilombola na Universidade.
Ela destaca que o RJ que possui 58 comunidades quilombolas,
sendo 11 na região dos Lagos.

“Contudo, ainda há um longo caminho a se trilhar
junto às instituições de ensino superior
para o acesso dessa juventude à universidade pública
e que as comunidades quilombolas não querem mais ser apenas “objeto de estudo”,
afirmou Rafaela. Ressaltou, ainda, que
“não há tempo para resignação ou invisibilidade,
as comunidades quilombolas estão cada vez mais organizadas
para buscar seus direitos!”.

A professora Hayda Alves ressalta que essa luta
não é só dos povos remanescentes de quilombo,
exige solidariedade e apoio de toda sociedade como parte da luta antirracista.
“A identidade quilombola é uma identidade de resistência!
Entender a história e o protagonismo dessas comunidades
é parte de um processo de reconhecimento e visibilidade dos saberes,
das lutas e das resistências dos povos remanescentes
desde os tempos de cativeiro. Como parte de políticas de reparação,
a Universidade tem um papel importante em assegurar
a entrada e a permanência de estudantes quilombolas e indígenas,
mas também, em possibilitar espaços de aprendizagem e diálogo”
enfatizou a docente.

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